Um dos meus grandes medos antes de engravidar era de como é que iria conseguir gostar tanto de outra criança como gostava da piolhita.
O amor que sentia por ela era tão grande e intenso que era impossível caber outro igual.
Claro que todas as dúvidas desvaneceram-se assim que soube que estava grávida. Como já me tinham dito, o nosso coração expande-se e em vez de um amor, cabem dois, mesmo à medida!
O amor que tenho pelos dois não é possivel comprar, porque são diferentes. Totalmente diferente!
A mais velha já é uma companheira! Nas conversas, nas brincadeiras, nas nossas trocas de olhares. É um amor crescido como ela, um que rebenta de orgulho com a miúda em que ela se está a transformar. Adoro vê-la crescer e aprender a ser uma miúda despachada mas com os valores que sempre lhe tentamos transmitir.
Agora o amor que sinto pelo caçula é um amor paixão! Ainda está na fase paixão, quando todos os sorrisos só apetece morder, as pequenas conquistas quase que dão vontade de chorar e não há nenhuma vontade de o largar. (é incrível como essa paixão também é demonstrada pela mais velha!)
Ele é o meu bebé! Será muito provavelmente o último bebé que irei ter, por isso vivo esta fase de uma forma muito mais intensa e cheia de vontade de fazer o tempo andar mais devagar.
A educadora da piolha dizia-me no outro dia, a propósito da entrada dele para a creche, que sendo o segundo era mais fácil para mim até porque já conhecia toda a gente.
Mas a verdade é que sinto o coração muito mais pequeno do que me lembro de sentir da ultima vez.
Ele é o meu bebé! Não precisa de ser crescido, não precisa de ir para a escola.
Com ela sempre foi o "tem que ser tem muita força" e nem sequer estava a pensar noutro qualquer bebé que poderia aparecer depois. Foi uma forma de me defender e viver essa transição de uma forma mais pacifica.
Desta vez tento nem sequer pensar no que vou sentir quando o tiver que deixar lá. Nada a ver com a creche. Elas são impecáveis e nem duvido que tratem dele com toda a atenção.
Mas deixa-lo lá, vai querer dizer que vai começar a roda viva da escola, e de tudo o que ele vai aprender com os outros. E vai crescer tão depressa...
Apesar das noites mal dormidas, do que me aleija de vez em quando e do quanto a minha vida voltou a mudar, o cheiro dele (mesmo que seja a leite coalhado), as suas mãozinhas, o sorriso fácil e as pequenas conquistas que vai fazendo deixam-me arrebatada e com o coração mais pequenino a cada dia que passa e me lembra que teremos que voltar à rotina e ao trabalho...
Que os dias passem devagar e que seja um verão longo com um Setembro sem vontade de chegar!