Hoje é dia do professor. (antes da meia noite...)
Eu cá, prefiro ser chama de educadora. É isso que eu sou.
Nada na minha vida foi mais simples do que escolher a minha profissão. Desde miúda que já sabia que era isto que queria ser, que era assim que queria viver. Desde sempre que trabalhei para ser educadora, sempre nessa direcção. Acho que a isso se chama vocação.
Sou daquelas privilegiadas que faz aquilo que gosta e adora aquilo que faz. Não saberia fazer mais nada na vida. Aquilo que faço é de alma e coração.
Adoro sentir que aquilo que faço com os meus miúdos vai, um dia, fazê-los serem melhores estudantes, seres pensantes e crianças que sentem que aprender é algo prazeroso!
Não é fácil e cada vez é mais difícil contornar os condicionalismos da profissão. Mas a verdade é que, mesmo nos anos mais complicados, quando fecho a porta da sala e me sento com eles a trabalhar, tudo o que é mau fica fora da sala.
Gosto de aprender mais sobre a melhor forma de os encaminhar, a melhor forma de os preparar para a vida (e não para o 1ºciclo como se costumam preocupar os pais).
Gosto de saber o que estou a fazer e fazê-lo com confiança e com a certeza que esse caminho leva cada miúdo a uma descoberta interior que o irá tornar um ser humano melhor.
Detesto ouvir comentários menos positivos sobre as educadoras. Detesto sentir o descrédito que existe no nosso trabalho dentro de sala.
Isto só acontece porque essas pessoas nunca passaram uma manhã na minha sala. Se assim o fosse iam perceber o trabalho que dá, principalmente de bastidores, para que o dia corra com um fio condutor lógico e de acordo com os interesses dos miúdos.
Eu não educo crianças, eu mostro-lhes o caminho para serem crianças e adultos que sabem ser, que respeitam os outros, que ultrapassam as dificuldades e que sejam felizes!
Para mim existem não um, mas 20/25 caminhos para chegar ao mesmo objectivo. É importante que eles percebam o seu caminho e não celebrem apenas das conquistas.
Mesmo não querendo, vive em mim uma educadora que se dilui com o que sou fora das quatro paredes da escola.
As vezes cá em casa, ela salta lá do fundo e lá tem uma conversinha com os meus pequenos.
Por enquanto estou na mesma "faixa etária" que a minha malta cá em casa. Não é muito fácil, saber tanto daquilo que eles devem e deveriam fazer na creche/Jardim de infância.
Principalmente porque é suposto eu ser mãe e não educadora deles. Mas por outro lado conheço nitidamente os sinais (positivos e negativos) da sua vivência na escola.
Embora na escola tente sempre ser a mãe deles (e muitas vezes sou só e apenas mãe deles, com todas as ansiedades e inseguranças que o papel trás), em casa sou na maior parte das vezes mãe deles.
De vez em quando penso que poderia fazer isto ou aquilo com eles, porque iria desenvolver isto ou aquilo, mas na maior parte das vezes acabo por preferir enche-los de beijos, mimos e macacadas e deixar a Educadora Catarina descansar até as 9h do dia seguinte!
Que os professores (e educadores) sejam uma referência na vida destes pequenos, com marcas positivas e para sempre!
Parabéns a nós!