Toda a gente diz que as gravidezes são todas diferentes, mas eu sempre rezei para que as minhas fossem muito semelhantes... Na gravidez da Margarida tive 0 incómodos. Tirando a azia no final da gravidez, praticamente passou-me ao lado os incómodos normais dessa fase da vida.
Claro que no final já estava enorme, mas lembro-me bem de fazer imensas caminhadas para ver se a rapariga se encaixava e decidia a sair pelo caminho normal!
Ora desta segunda vez já não foi assim tão simples...Felizmente em termos médicos foi uma gravidez pacífica e sem sobressaltos.
Mas olhando para as alterações da minha vida.. aí já o assunto muda de figura.
A começar pelas más disposições do primeiro trimestre. Não andei propriamente enjoada, mas a juntar aos nervos por causa do trabalho a coisa andou meia agoniada.
Passam os "enjoos" e chega a azia! Se da mais velha só tive no final porque a rapariga era grande e estava muito em cima, deste piolho pequeno, foi logo aos 4 meses... Duvido um pouco da crença da relação da azia com os cabelos, mas a verdade é que o rapaz saiu bem cabeludo!
Embora desta vez as minhas costas tivessem muito mais colaborativas e não tivesse dores (até porque ele era mais pequenino), o rapaz assim que começou a ganhar peso, encaixou-se sabe Deus onde, que no resto da gravidez deu-me cabo dos nervos. Não, não era do sistema nervoso...era mesmo de um nervo qualquer que o rapaz insistia em pressionar e que me dava dores loucas! E claro, quanto mais pesado, mais dores!
Foi essa a minha principal queixa durante a gravidez. O peso dele, as noites mal dormidas, as mil vezes na Wc, tudo isso faz parte...mas as dores na virilha, essas não era suposto e tive o "prazer" de as ter comigo até ao fim.
Desta vez também o lado romântico da gravidez já não existiu. A ideia da primeira gravidez, o encantamento da descoberta do bebé, da preparação do quarto, tudo isso já não é tão forte.
O que se intensifica são as preocupações, os medos e a ansiedade de como vai ser no futuro. Temos muito mais noção do que pode correr mal, dos problemas que podemos enfrentar e do que vai acontecer. Sempre fui uma pessoa muito positiva, mas a verdade é que há medos que são inconscientes e inevitáveis. Aprendemos a viver com eles, mas o aperto no coração só passa (ou alivia) quando temos o bebé são e salvo nos nossos braços!
Achamos sempre que não estamos a dar atenção suficiente à barriga, não falamos tanto com ela. No meu caso, muitas vezes nem me lembrava dela!
Para além de tudo, ainda tinha a pequena que achava que a mãe se conseguia mexer como de costume. Mesmo quando eu já estava de barrigão sem me conseguir dobrar!
A pouco e pouco fui deixando de conseguir fazer as rotinas de sempre com ela...o banho, o deitar, o sentar no chão a brincar! Mesmo assim, ainda me lembro de estar com ela no chão 15 dias antes do rapaz nascer! Este deixar de fazer as rotinas com ela serviram também para depois do bebé nascer ela não sentir tanto a diferença, mas até deixar de as fazer ainda me vi grega umas quantas vezes...
O facto de termos outra criança em casa complica um pouco a questão da gravidez... deixa-nos menos espaço de manobra para descansar durante o dia e pelo contrário, dá-nos mais trabalho, porque os pequenos querem continuar com o seu ritmo a 100%!
As noites que já são mal dormidas por causa da barriga, também temos a mais velha a chamar pela mãe a meio da noite!
Enfim, a verdade verdadinha é que mesmo com imensas dores e o coração minúsculo, já ando a suspirar de saudades da minha barriga!
É para mim, das melhores fases da vida, saber que estamos a gerar uma vida e sentir o bebé a pouco e pouco a mexer dentro de nós. É na única altura da vida em que mostro orgulhosamente a minha barriga, sem a ter que esconder ou disfarçar!
Provavelmente esta foi a minha última gravidez, mas a verdade é que as saudades já são muitas!
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As preparações |
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Uma das primeiras fotos dos "manos" |
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Na sessão de família que fizemos! |
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Na véspera do rapaz nascer! Depois de me despedir da pequena e ficar com o coração ainda mais pequenino! |