Quando um bebé nasce há uma série de pessoas que ganham um novo estatuto, uma nova "profissão". Primeiro temos os pais, claro, esses ganham um coração fora do peito, mas uma felicidade imensa!
Depois temos os tios, que muitas vezes já são tios de outro alguém mas que acrescentam mais um bocadinho de amor. Os primos que se estreiam e os que são repetentes no estatuto. Os irmãos! Esses ganham uma nova vida, vêm a sua vida virada do avesso por uma boa causa. Os padrinhos, que recebem a responsabilidade de olhar com os pais em direção ao futuro.
E no meio de tanta gente, também nascem também os avós!
As avós maternas começam esta nova aventura com o coração pequenino porque vem as suas filhas (aqueles bebés a quem elas deram à luz) ou a sofrerem com dores, ou a prepararem-se para uma intervenção cirúrgica! Enquanto a recente mãe recomenda ao pai "se tudo correr mal, salva a bebé", as avós fazem questão de exigir ao recente pai "se tudo correr mal, salva a minha filha!".
Depois do bebé nascer e as mães verem as suas filhas são e salvas, chega a felicidade e o novo estatuto...agora são avós!!
Chega a altura de tratar de novo da sua bebé...mas agora a tentar que a nova fase da vida da recente mãe seja tranquila. Reduzir o seu trabalho extra (casa/comida) e trabalhar de novo para dar asas embora com a rede de segurança. Isso muitas vezes significa mais algum sacrifício, daqueles que fazemos no início da vida dos nossos filhos, mas que mais uma vez, é feito com tanto amor que nem se sente como tal!
Cá em casa, sem desdenhar dos outros avós, a minha mãe foi, nos primeiros tempos, a nossa rede de descanso! Com um início atribulado (tivemos 15 dias internados com a pequena), foi com a minha mãe que o Pedro se revezou para não me deixarem sozinhos no hospital, foi ela (e a minha sogra também!) que nos alimentaram decentemente no hospital, trazendo-nos marmitas diariamente e foi a minha mãe que me abraçou quando chorava em desespero desse início tão diferente do sonhado.
Quando voltamos a casa, já cheios de esperança que desta era de vez, a minha mãe foi aquela que nos revezou com a pequena para conseguirmos comer/dormir e até só falar, que tratou de mim (com os caldinhos de carne que tanto me ajudaram na recuperação) e que sempre me aconselhou, sempre sem pressão, mas com carinho de quem só quer ensinar a voar!
Sempre por perto, mas sem exigir presença, foi para mim um porto seguro, que sei que viveu em sofrimento duplo, pois além de mãe, agora também avó, com tudo o que de bom e preocupante trás!
Ainda agora, quase três anos depois, ainda é com ela que partilho quase tudo da pequena, continuando a ser o meu porto seguro e muitas vezes enciclopédia maternal!
Li no outro dia a frase "Seja qual for a idade que temos, o colo da mãe é sempre algo que precisamos!". É uma das grandes verdades da minha vida!
Fico triste quando sei que nem todas as recentes mães conseguem ter mães/avós que lhes amparem e guiem, fazendo com que sinta que sou realmente uma privilegiada!
(uma salvaguarda para as mães/sogras que apesar de não serem de sangue tratam as suas noras como se fossem!!)
Assim, vai hoje o meu bem haja a todas as mães que passaram a avós! Sem elas, o mundo seria muito mais difícil! E à minha, que de todas, é a melhor mãe do mundo!!! 😍