Como já tinha dito antes, sendo filha única sempre brinquei muito sozinha. Apesar de viver rodeada por primos, muitas foram as brincadeiras que fiz sozinha com os meus bonecos/filhos/alunos.
Brincar sozinho, é no entanto um sinal de crescimento. Uma etapa que todos deveríamos passar para melhorar tantas das nossas competências. Quando brincamos sozinhos, desenvolvemos a criatividade, conseguimos pôr em marcha as nossas ideias de uma forma mais fácil (não temos que as discutir com ninguém) e aprendemos a divertir-nos sem a imprescindível presença de ninguém.
Claro que, tudo o que referi também se aplica a brincadeira com pares, que obviamente é muito importante desenvolver. Mas quando eles brincam sozinhos descobrem um mundo deles, trabalham as suas fragilidades e "digerem" sentimentos "entalados".
A ideia não é brincar sempre sozinho! Brincar com os pais e irmãos é uma fatia importante na rotina da criança. A ligação com os pais oferece à criança grandes benefícios emocionais e que deixam marca! Aquela marca que não se vê mas que se sente...
Mas quando as brincadeiras com os pais estão garantidas, o tempo de brincadeira a sós torna-se importante para toda a família... Os filhos porque se entretém com as suas aventuras e os pais porque acabam por ter um tempo para eles.
Para mim, para além dos dois factores ainda acresce o facto de ficar deliciada com as conversas com os bonecos, as estratégias que arranja e como a cada dia faz brincadeiras mais complexas e como aplica o que vai aprendendo nos vários contextos.
As vezes apetece-me filmar tudo o que faz, o que diz para daqui a uns anos (puff, meses!) quando já não me lembrar do que disse, poder recordar!
A piolha tem os seus dias! Hoje por exemplo está deliciada com a sua casinha de madeira e fazer uma festa em família! Já montou uma serie de casas de legos e vai variando a sua brincadeira nas casas (uma delas é minha, outra é dela, outra do ruca...)
Mas nalguns dias precisa da nossa presença para começar a brincar. Precisa de estarmos lá e dizermos que estamos a brincar com ela, para que, entre no seu mundo e se divirta! (mesmo que estejamos lá só apenas para fazer número, sem parte ativa na brincadeira)
Adoro vê-la brincar, mas a cada final de brincadeira lá fica a dor de alma..agora está na hora de arrumar! hehehe